Data: 28-08-2012
Criterio: B2ab(i,ii,iii)
Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Dioscorea trilinguis é uma liana conhecida nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e, possivelmente, Minas Gerais, ocorrendo em florestas com solo argiloso. No entanto, não foram obtidos todos os registros botânicos conhecidos para a espécie, de forma que a EOO está sub-estimada. Assim, até o momento, a AOO estimada é inferior a 500 km², colocando a espécie na categoria "Em perigo" (EN). As subpopulações conhecidas no Rio de Janeiro estão ameaçadas por estarem próximas a centros urbanos, fatores que reduzem a AOO, EOO e qualidade do hábitat. A subpopulação litorânea de Caraguatatuba (SP) sofre redução da EOO por desmatamento, uma vez que apenas 27,4% dos remanescentes estão preservados. A subpopulação do município de Santo André (SP) talvez seja a mais preservada, visto que se encontra em área protegida (SNUC). No entanto, sabe-se que nesta região, a espécie é considerada rara. Pelo exposto, são identificadas três situações de ameaça que colocam a espécie na referida categoria, porém, a disponibilidade de maiores informações pode transferi-la para uma categoria de ameaça inferior.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Dioscorea trilinguis Griseb.;
Família: Dioscoreaceae
Sinônimos:
A espécie se caracteriza por suas folhas trilobadas de lobos divergentes, com inflorescências estaminadas compostas, multifloras, protegidas por uma bráctea na axila das folhas; e as flores de perianto hipocrateriforme com 3 estames alternados a 3 estaminódios (Couto, 2010).
Ocorre nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Couto, 2010; Kirizawa et al., 2010); entre 350-700 m de altitude (Barroso et al., 1971).
Liana volúvel, perene, que habita áreas florestais, preferencialmente ensolaradas e com solo argiloso, do sudeste do Brasil; fértil de abril a setembro; polinizada por insetos (Couto, 2010).
1.1 Agriculture
Severidade
very high
Detalhes
Devido à expansão urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos formam populações isoladas de outras que se situam em outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana circundante pode significar uma barreira intransponível, o que altera de maneira irreversível o fluxo gênico entre as populações e compromete a perpetuação destas na natureza (Galindo-Leal; Câmara, 2005).
1.3.3.3 Clear-cutting
Severidade
very high
Detalhes
A Mata Atlântica, bioma onde a espécie se encontra distribuída, é caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte desta região, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original (Galindo-Leal; Câmara, 2005).
1.4 Infrastructure development
Severidade
very high
Detalhes
Devido à ocupação urbana, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos formam populações isoladas de outras que se situam em outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana circundante pode significar uma barreira intransponível, o que altera de maneira irreversível o fluxo gênico entre as populações e compromete a perpetuação destas na natureza (Galindo-Leal; Câmara, 2005).
1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: "Menos preocupante" (LC) segundo a Lista Vermelha da IUCN 2012.1 (IUCN, 2012).
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: D. trilinguis ocorre na Reserva Biológica do Alto da Serra da Paranapiacaba, Santo André, SP (Kirizawa, com. pess.).
- GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I. G. Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte: Conservação Internacional, 2005.
- COUTO, R. S. Dioscoreaceae (R. Br.) Lindley do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Mestrado. Rio de Janeiro: Museu Nacional-UFRJ, 2010.
- KIRIZAWA, M.; XIFREDA, C.C.; COUTO, R.; ARAÚJO, D. Dioscoreaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB035277>.
- BARROSO G. M.; SUCRE, D.; GUIMARÃES, E. F. Flora da Guanabara - Família Dioscoreaceae, Sellowia, Itajaí - SC, n.25, p.9-256, 1974.
CNCFlora. Dioscorea trilinguis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Dioscorea trilinguis
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 28/08/2012 - 19:40:51